Odette Ernest Dias
Estudou
flauta transversal, história da música e estética no Conservatoire
National Superieur de Paris, onde obteve em 1951 o primeiro prêmio em
flauta e a primeira medalha de estética. Conquistou por unanimidade a
primeira medalha de flauta no Concurso Internacional de Genebra (Suíça)
e, em 1952, a convite do maestro Eleazar de Carvalho, veio para o Brasil
para tocar na Orquestra Sinfônica Brasileira, onde permaneceu até 1969.
Integrou também as orquestras da Rádio Tupi, da Rádio Mayrink Veiga, da
Rádio Nacional e da TV Globo. Participou de gravações com inúmeros
artistas da música popular, inclusive da histórica gravação, em 1958, de
músicas de Tom Jobim por Elizeth Cardoso. Exerceu as funções de solista
de orquestra, recitalista e camerista, sendo inclusive fundadora da
Camerata do Rio. Atuou como professora do Conservatório Brasileiro de
Música e dos Seminários de Música Pró-Arte (RJ). Em 1969 deixou a OSB
para integrar a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, onde tocou
até 1974. De 1974 a 1994, residindo em Brasília, foi titular da
Universidade Federal de Brasília por notório saber, atuando como
professora de flauta, estética e musicologia. Atuou também como
professora visitante da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados
Unidos, em 1982; como professora visitante na Universidade Federal de
Minas Gerais em 1992; e como professora convidada pela Fundação de
Educação Artística em Belo Horizonte (MG). Exerceu as funções de
pesquisadora pelo CNPq e de consultora do CNPq e da CAPES. Seu
interesse pela formação da música brasileira foi incentivo para a
realização de pesquisas sobre este assunto, resultando em vários discos
gravados, artigos e livros publicados, a participação em congressos
especializados e realização de recitais frequentes no Brasil e no
exterior. Atuou como intérprete na trilha sonora de Rio de memórias,
filme de José Inácio Parente. Publicou o livro Mateus-André Reichert: um
flautista belga na corte do Rio de Janeiro, pela Editora Universidade
de Brasília/CNPq. Foi nomeada para fazer gestões e redigir a seção
referente à atividade musical de Diamantina (MG) para o dossiê de
tombamento da cidade como patrimônio da humanidade, encaminhado pelo
Iphan à Unesco, e agraciada pela Funarte e pelo governo do Distrito
Federal com a Comenda de Mérito Cultural por suas atividades musicais.
Mãe dos instrumentistas Carlos, Jaime, Elizabeth, Cláudia e Andréa
Ernest Dias (além de Irene, que não se dedicou à música), toca
frequentemente em duo com Elza Kazuko Gushikem (piano), com Jaime Ernest
Dias (violão), Roberto Rutigliano (bateria) ou Bridget Moura Castro
(piano).
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